A alegoria de Agar e Sara.
Gl 4:21-31.

Introdução.

1.       Nos quatro primeiros capítulos de Gálatas, Paulo defende...
a.             Seu apostolado como vindo de Deus, não de homem - Gl 1-2.
b.      Seu evangelho da justificação pela fé em Cristo, e não pela Lei de Moisés - Gl 3-4.
2.       Ao defender o evangelho da justificação pela fé em Cristo, Paulo faz uso de cinco argumentos...
a.       Pessoal – a experiência dos gálatas - Gl 3:1-5;
b.      Bíblico – o testemunho do Antigo Testamento - Gl 3:6-25;
c.       Prático – como se tornar um filho de Deus - Gl 3:26-4:7;
d.      Sentimental – apelando à relação com eles - Gl 4:8-20;
e.       Alegórico - usando a ilustração de Agar e Sara - Gl 4:21-31.
3.       Neste estudo, vamos considerar o argumento alegórico de Paulo...
a.       Alegoria vem do grego allos (outro) e agoreuein (para falar em público).
b.      A alegoria é uma representação figurativa que transmite um significado diferente e além do literal (Massaud, 2004, pp. 14-16).
4.       É importante notar...
a.      Paulo não nega a narrativa histórica real, simplesmente a usa num sentido alegórico para ilustrar seu ponto de vista no debate com os judaizantes para o benefício de seus leitores que se sentem tentados a seguir sob o peso da lei.
b.      O apóstolo faz uso de uma interpretação alegórica à narrativa histórica de Agar e Sara, entretanto o fato não endossa o método alegórico como a maneira normativa de interpretarmos as Escrituras. O verdadeiro significado da Escritura é o natural e o óbvio”(Lopes, 2011, p. 199).
Para entender melhor o argumento alegórico de Paulo, talvez seja melhor fazer uma revisão primeiro...

I.                  O relato histórico.

A.   Sara e Agar...

1.       Sara, que é estéril, tem uma serva chamada Agar - Gn 16:1.
2.       Sara dá Agar a Abraão para ter um filho em seu lugar - Gn 16:2-3.
3.       Agar concebe e despreza sua senhora - Gn 16:4.
4.       Sara lida duramente com Agar - Gn 16:5-6.
5.       Agar retorna para Sara e tem Ismael - Gn 16:7-16.

B.    Ismael e Isaque...

1.       Deus promete a Sara um filho - Gn 17:15-17.
2.       Deus confirma que o pacto será através de Isaque, não Ismael - Gn 17:18-21.
3.       Sara gera Isaque como Deus afirmou - Gn 21:1-8.
4.       Sara e Abraão mandam embora Agar e seu filho - Gn 21:9-14.
Com o relato histórico de Agar e Sara em nossa mente, agora nos voltamos para...

II.               A aplicação apostólica.

A.   Paulo revê o relato histórico...

1.       Abraão teve dois filhos - Gl 4:21-22a.
2.       Um (Ismael) de uma mulher escrava (Agar) - Gl 4:22b.
3.       Um (Isaque) de uma mulher livre (Sara) - Gl 4:22b.
4.       O filho da escrava nasceu da carne - Gl 4:23a.
a.       A concepção de Ismael era natural.
b.      Quando Abraão possuiu Agar.
5.       O filho da mulher livre nasceu mediante promessa - Gl 4:23b.
a.       A concepção de Isaque foi pelo poder de Deus - cf. Hb 11:11-12.
b.      Como prometido por Deus - cf. Gn 21:1-2.

B.    Paulo aplica os elementos alegóricos...

1.       As duas mulheres são dois pactos - Gl 4:24-27.
a.       Agar representa o monte Sinai, na Arábia, gerando filhos para a escravidão.
1)      Ela corresponde a presente Jerusalém.
2)      Ela é escrava com seus filhos.
b.      Sara representa a Jerusalém de cima, aqueles que são livres.
1)      Ela corresponde ao céu (a Nova Jerusalém).
2)      Ela é “nossa mãe” (aqueles em Cristo) – Gl 4.26.
3)      Ela, que era estéril não é desolada.
2.       Aqueles em Cristo são como Isaque - Gl 4:28-31.
a.       Eles também são filhos da promessa.
b.      Eles também têm sido perseguidos.
1)      Ismael (nascido da carne) perseguia Isaque (nascido segundo a promessa).
2)      Os mestres judaizantes (nascido da carne) perseguiam os cristãos (nascido segundo o Espírito).
c.       As Escrituras anunciam como será o fim:
1)      O filho da escrava (mestres judaizantes)...
2)      ... não herdará com o filho da mulher livre (isto é, aqueles em Cristo).
d.      Aqueles em Cristo...
1)      São os filhos da mulher livre.
2)      Não são da escrava (Jerusalém atual, com a Lei de Moisés).

Conclusão.

1.       Assim, Paulo ilustra por que os gálatas não devem prestar atenção aos mestres judaizantes...
a.       Seria um retorno à escravidão (a Lei de Moisés).
b.      Seria dar as costas ao Espírito que os concebeu - cf. Tt 3:5-7.
c.       Seria afastar-se das promessas do céu - cf. Hb 12:22-25.
2.       Nossa ameaça hoje pode não ser dos judaizantes...
a.       Mas há aqueles que gostariam que nos desviássemos de Cristo:
1)      As vozes do mundo.
2)      As falsas religiões.
b.      O resultado final seria o mesmo:
1)      Um retorno à escravidão - cf. Jo 8:31-34.
2)      Aquém de receber as promessas - cf. Hb 4:1-2, 11.
Somente permanecendo em Cristo podemos ser os filhos livres da promessa, tendo a Jerusalém do alto como a nossa verdadeira mãe! - Cf. Ap 2:10c; 3:12.

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