Relações familiares e trabalhistas.

Relações familiares e trabalhistas.

Cl 3:18-4:1.

Introdução.

1.       O tema em todo o livro de Colossenses é que Jesus Cristo é nosso suficiente e supremo Salvador - cf. Cl 1:16-18; 2:3, 9-10.

2.       Como demonstração de Jesus como nosso suficiente Salvador, agora encontramos o apóstolo Paulo dando diretrizes pelas quais podemos, com sucesso, conduzir nossas questões familiares e trabalhistas! - Cl 3:18-4:1.

3.       Esta passagem ilustra que a supremacia de Cristo alcança até mesmo as preocupações seculares de nossa vida.

A partir do versículo 18, vamos examinar algumas destas orientações que Cristo nos deu...

I.             Esposas, sejam submissas a vossos maridos.

A.    Definição da palavra submissão...

1.       A palavra grega é hupotasso.

2.       Significa...

a.       Organizar sob, subordinar.

b.      Sujeitar, colocar em sujeição.

c.       Submeter-se ao controle, obedecer.

d.      Render-se ao conselho de alguém.

e.       Obedecer, estar sujeito.

3.       Assim, a esposa deve estar em submissão a seu marido, “como ao Senhor” (Ef 5:22).

B.    A isto é acrescentado: “como convém no Senhor”...

1.       A palavra convém...

a.       Grego, aneko.

b.      Diz respeito ao que é direito, dever, conveniente.

2.       Estar disposto a submeter-se a outro está de acordo com o ensino e o exemplo de Jesus - Mt 20:25-28.

3.       Também está em sintonia com o que se espera de todos os cristãos...

a.       Devemos nos submeter uns aos outros - Ef 5:21.

b.      Devemos nos submeter àqueles que nos guiam na fé - Hb 13:17.

c.       Devemos nos submeter às ordenanças do governo – 1Pe 2:13-15.

d.      Trabalhadores cristãos devem se submeter a seus patrões – 1Pe 2:18.

e.       Os cristãos mais jovens devem se submeter aos anciãos, enquanto estes se submetem a Deus - 1Pe 5:5-7.

C.    Se as esposas não estão sujeitas a seus maridos...

1.       Nunca poderão levar seus maridos incrédulos a Cristo - cf. 1Pe 3:1-2.

2.       Deus não será gracioso com elas - cf. 1Pe 5:5.

3.       Existe ainda a possibilidade de que esse comportamento possa ter uma forte influência negativa na orientação sexual dos filhos!

a.       Um estudo realizado pelo Dr. Irving Bieber feito com 106 famílias de homossexuais masculinos de Nova Iorque em 1962 (citado por (Lahaye, 1980, pp. 71, 72).

b.      Dr. Bieber descobriu que:

1)      Em 81 casos as mães dominavam.

2)      Em 62 casos as mães eram super-protetoras.

3)      66 mães fizeram do homossexual seu filho favorito.

4)      Em 82 casos os pais passavam muito pouco tempo com seus filhos.

5)      79 pais mantinham uma atitude individualista em relação a seus filhos.

c.       O homem moderno aprende por meio de pesquisas, o que o crente aprendeu com Jesus e Sua Palavra há muito tempo!

1)      Qualquer que seja o assunto, Cristo certamente sabe mais.

2)      E Ele... lembre-se, é o Criador de todas as coisas!

E agora, uma palavra muitas vezes muito necessária para os maridos...

II.           Maridos, amai vossa esposa.

A.    Paulo expande esse tema em sua carta aos Efésios.

1.       O modelo é Cristo e o Seu amor pela Igreja - Ef 5:25-27.

a.       O marido deve amar sua esposa como Cristo amou a Igreja.

b.      Ou seja, com um amor sacrificial.

2.       Outro exemplo é o tipo de amor que temos por nosso próprio corpo - Ef 5:28-29.

a.       Assim como alguém alimenta e cuida seu próprio corpo, deve fazê-lo por sua esposa.

1)      A palavra alimentar vem do grego ektrepho e significa...

a)      Alimentar até tornar-se maduro, nutrir.

b)      Nutrir, criar.

2)      A palavra cuidar vem do grego thalpo e significa...

a)      Aquecer, manter quente.

b)      Cuidar com terno amor, cuidar com carinho.

b.      Mais uma vez, esta é a forma como Cristo ama a Igreja!

B.    Este amor inclui estar livre de amargura.

1.       “E não a trateis com amargura” - Cl 3:19.

a.       A palavra grega para amargura é pikraino.

b.      Ela significa...

1)      Produzir um gosto amargo no ventre.

2)      Amargar; exasperar.

3)      Tornar-se furioso, indignado.

4)      Estar amargurado, irritado.

5)      Visitar com amargura, sofrer (tratar amargamente).

2.       Pedro nos dá alguma ideia clara quando afirma “...tratai-a com dignidade” - cf. 1Pe 3:7.

a.       Elas são a parte mais delicada na relação (literalmente “o vaso mais fraco”).

1)      Capazes de fornecer a ternura materna e sensibilidade, algo crucial no desenvolvimento das crianças.

2)      A amargura fará a esposa (mãe) uma pessoa amarga, irritada, ressentida, contribuindo para um ambiente familiar desajustado.

b.      Elas são “co-herdeiras da graça da vida”.

1)      Em Cristo, elas não são apenas mulheres, são irmãs.

2)      Por isso, digna de amor e honra, não de amargura!

c.       Como as tratamos determina a eficácia de nossas orações (“para que não se interrompam vossas orações”)!

Quando maridos amam as esposas como Cristo ama a Igreja e não são amargos para com elas, é muito mais fácil para as esposas serem submissas a eles. Se o marido deve ser o líder na família, que mostre liderança cumprindo sua responsabilidade! Ouso dizer que a esposa, então, o seguirá de bom grado e a família (com nossa sociedade) será beneficiada.

Falando da família, o que acontece com os filhos?

III.         Filhos, obedecei a vossos pais.

A.    O valor da obediência...

1.       É agradável ao Senhor (Ele foi obediente - Lc 2:51-52).

2.       Ela contém uma promessa importante - cf. Ef 6:1-3.

B.    A gravidade da rebeldia...

1.       Pense em como Deus viu falta de obediência no Antigo Testamento...

a.       Semelhante a feitiçaria e idolatria! - 1Sm 1.15: 22-23.

b.      A punição para filhos rebeldes, em alguns casos, era a morte! - Dt 21:18-21.

2.       Portanto, a rebeldia não é para ser aceita pelos pais...

a.       Não é apenas uma fase pela qual eles passam (alguns nunca a deixam).

b.      É um problema sério que deve nos preocupar.

c.       É um problema que requer muita oração e sabedoria!

a.       O que pode ajudar as crianças a escapar do pecado da rebeldia é os seus pais levarem a sério o que é dito a eles...

IV.        Pais, não irriteis os vossos filhos.

A.    Os pais têm uma responsabilidade enorme.

1.       Devem ser compreensivos e compassivos, mas firmes.

a.       Josué foi firme em sua decisão de servir ao Senhor com sua família - Js 24:14-15.

b.      Eli, porém, foi condenado por causa de sua falta de correção a seus filhos - 1Sm 3:11-14.

2.       Assim, os pais têm a responsabilidade de treinar espiritualmente seus filhos - Ef 6:4.

a.       Eles devem fazê-lo por seu próprio exemplo – e isso porque:

1)      A criança tende a olhar para o Pai Celestial como faz o seu pai terreno. Se seu pai terreno é amável, amoroso, justo, tolerante e bom, a criança vai perceber Deus do mesmo jeito. Se, por outro lado, o seu terreno pai é cruel, sem amor, malvado, a criança vai perceber o Pai celestial da mesma maneira.

2)      De modo geral, o conceito que todas as pessoas têm de Deus é o conceito cada um tem de seu pai. Isso é extremamente difícil de mudar. É de importância vital para o homem viver o tipo de vida e ser o tipo de pessoa que está demonstrando aos seus filhos e filhas como Deus é realmente - pois o pai é o representante de Deus aqui na terra. Isto proporciona um inestimável privilégio e também uma solene responsabilidade.

b.      Eles fazem isso por sua instrução (seja ela formal ou informal, cf. Dt 6:6-7).

B.    Como os pais podem ser culpados de provocar a ira dos filhos?

1.       Ao ser injusto em sua disciplina.

a.       Punir sem motivo justo.

b.      Mostrando favoritismo no exercício da disciplina.

2.       Ao ser hipócrita, isto é, ensino sem exemplo.

a.       A frase: “Faça o que eu digo, não o que eu faço” não tem lugar no repertório de pais cristãos.

b.      A hipocrisia não só provoca os filhos à ira, mas, muitas vezes é a razão pela qual os filhos abandonam a fé!

c.       Como um pai que ainda está envolvido na criação dos filhos, eu sei que tudo isso não é fácil. Mas com a ajuda de Deus podemos aplicar estas admoestações do apóstolo de nosso Senhor.

d.      As admoestações finais teriam lugar sob as diretrizes para a família do primeiro século, uma vez que a maioria dos lares tinham escravos.

e.       Hoje, no entanto, eu acredito que ainda podemos aplicar esses versos para as nossas relações trabalhistas.

V.          Servos (empregados), obedecei a vosso senhor (empregador).

A.    A forma de obediência está bem definida.

1.       “Em todas as coisas” (exceto o que viole a vontade de Deus, é claro - At 5:29).

2.       “Não apenas sob vigilância”.

a.       No grego, ophthalmodouleia.

b.      Serviço realizado [apenas] sob o olhar do senhor.

1)      Pois o olhar do senhor normalmente estimula a uma maior diligência.

2)      A sua ausência, por outro lado, permite a lentidão.

3.       Não como “para agradar aos homens”.

a.       No grego, anthropareskos.

b.      Que se esforça para agradar o homem, que corteja o favor dos homens.

4.       Mas, em “singeleza de coração”.

a.       Vem do grego haplotes, simplicidade (ARC).

b.      Tal como utilizado aqui, significa:

1)      Simplicidade, honestidade de mente.

2)      A virtude de quem é livre de pretensão e hipocrisia.

3)      Não egoísta, sinceridade de coração que se manifesta pela generosidade.

5.       E “temente ao Senhor”.

a.       A palavra “medo” é phobeo.

b.      Em relação a Deus, significa reverenciar, venerar, tratar com deferência ou obediência reverencial.

c.       É Deus quem deve ser reverenciado, não o homem!

6.       Devemos fazer nosso trabalho “de coração, como ao Senhor e não aos homens”.

a.       “...de todo coração” é psuche.

b.      Que aqui provavelmente se refere a sede dos sentimentos, desejos, afetos, aversões (nosso coração, alma etc.).

c.       Ou seja, somos chamados a colocar o nosso coração em nosso trabalho.

d.      Da mesma forma que faríamos se fosse para o Senhor que estivéssemos trabalhando, pois, na realidade, é a Ele que estamos servindo!

B.    O Senhor julgará nosso serviço.

1.       É ao Senhor Jesus Cristo que servimos, quem nos concede a recompensa.

2.       Mas o que fazemos de errado em nosso serviço ao nosso patrão (empregador) também terá seu pagamento!

3.       Sem parcialidade como mostrado no juízo final!

a.       Ser servo não é desculpa para servir mal.

b.      Ser cristão também não é!

4.       Mesmo se nossos patrões (empregadores) são maus, devemos fazer o que é certo! - 1Pe 2:18-25.

a.       E agora, para aqueles do outro lado...

VI.        Senhores (empregadores), sejam justos.

A.    Vocês não têm o direito de abusar dos empregados.

1.       Você deve ser justo.

a.       Do grego, dikaios.

b.      Aqui significa “dar a cada um o que merece”.

2.       Você deve agir com equidade (honesto, ARC).

a.       Do grego, isotes.

b.      Significa “igualdade, que é equitativo”.

3.       Em Ef 6:9, vemos que os senhores são chamados a...

a.       Agir do mesmo modo para eles (servos), ou seja, com boa vontade, como ao Senhor.

b.      Deixando de ser ameaçador.

4.       Noutras palavras, aplique a regra de ouro - Mt 7:12.

B.    Você também tem um Senhor!

1.       Como motivo para ser justo e correto, um lembrete de que até os senhores têm um Senhor no céu.

2.       Novamente em Ef 6:9, o ponto é que não existe parcialidade em nosso Senhor.

a.       Ser um patrão (empregador) não lhe dá quaisquer privilégios aos olhos de Deus.

b.      Nem ser cristão, se você é desleal e injusto àqueles sob sua direção!

3.       Então, se você quiser que o seu Senhor seja justo e correto com você, seja Ele o vosso modelo de como você lida com os menores sob sua responsabilidade!

Conclusão.

1.       Em Cl 2:3 diz-se de Cristo: “em quem estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento”.

a.       A sabedoria e o conhecimento que vem de Cristo chega às necessidades relevantes que enfrentamos hoje, não importa o quão secular ou mundano possa parecer.

b.      É evidente que a passagem que examinamos ilustra este fato!

2.       E assim, com Cristo como nosso Senhor, somos verdadeiramente perfeitos: “e você está completo n’Ele, que é a cabeça de todo principado e poder” - Cl 2:10.

3.       Imagine quão perfeitas as famílias e os locais de trabalho seriam se todos observassem essas diretrizes para as relações familiares e trabalhistas, que nos foram reveladas pelo apóstolo Paulo.

a.       As famílias viveriam juntas em amor e harmonia!

b.      Os locais de trabalho teriam pessoas atenciosas e produtivas!

4.       Podemos não ser capazes de mudar a sociedade totalmente.

a.       Mas pelo menos podemos começar por nós mesmos.

b.      E dar demonstração da sabedoria de Cristo em nossa própria vida.

Você está fazendo o que pode para “experimentar qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus”? - cf. Rm 12:2.