Paulo como ministro.

Paulo como ministro.
Cl 1:24-29.

Introdução.

1.       Neste ponto de sua epístola, Paulo dá algumas dicas sobre como ele via seu trabalho como ministro do evangelho de Cristo - Cl 1:24-29.
2.       Esta passagem pode ser de valor para...
a.       Pregadores do evangelho, ao dar-lhes uma visão de como eles veem a si mesmos e o trabalho que realizam.
b.      Todos os cristãos...
1)      Em primeiro lugar, para dar-lhes uma melhor compreensão do trabalho de um ministro e o que esperar deles.
2)      E, em segundo lugar, uma vez que todos os cristãos devem imitar o exemplo de Paulo (1Co 11:1), aprender as atitudes que devemos ter para com os nossos irmãos que servem em tempo integral (os ministros).
Com isso em mente, observamos em primeiro lugar que...

I.             Paulo se alegra em sofrer pelos irmãos.

A.    Paulo sofreu muito em todo o seu ministério.

1.       Como ele mesmo descreveu em sua segunda epístola aos Coríntios - 2Co 11:23-29.
2.       Nisto, ele não era muito diferente dos demais apóstolos - 1Co 4:9-13.

B.    No entanto, se esse sofrimento era pela causa de Cristo e de seus irmãos, Paulo estava feliz!

1.       Como disse, “agora, me regozijo nos meus sofrimentos por vós” - Cl 1:24.
2.       Ele expressou o mesmo pensamento aos Filipenses - Fp 2:17-18.
3.       Lembre-se que, no tempo em que escreveu essas duas epístolas ele estava preso em Roma, a serviço de Cristo e deles!

C.    Por que Paulo estava disposto a sofrer com tanta alegria?

1.      Uma das razões é vista no verso seguinte: “Para preencher o que resta das aflições de Cristo, na minha carne, a favor do seu corpo, que é a igreja”.
a.      Isto não quer dizer que haja algo faltando no valor expiatório do sacrifício de Cristo! - Cf. Cl 2:14; Hb 10:12,14.
b.      A seguinte citação que encontrei é útil: “Devemos ter em mente que, apesar de Cristo ter dado completa satisfação a Deus pelas aflições que suportou, a fim de que Paulo não consiga gloriar-se em nada além da cruz (Gl 6.14), os inimigos de Cristo não estavam satisfeitos. Eles odiavam a Cristo com ódio insaciável e desejavam aumentar seus sofrimentos. Mas já que ele não está mais presente fisicamente na terra, as flechas direcionadas especialmente a ele ferem a seus seguidores. É nesse sentido que todos os verdadeiros crentes estão no lugar dele suprindo, como veem os inimigos, aquilo que está faltando nas aflições que Jesus suportou. As aflições de Cristo transbordam em nossa direção”. (Hendriksen, 2007).
c.       As passagens em apoio desta interpretação são Mt 10:25; Mc 13:13; Jo 15:18-21; At 9: 4,5; 2Co 1: 5,10; Gl 6:17; Fp 3:10; Ap 12:13.
2.      Paulo dá uma outra razão, em outro lugar, do motivo pelo qual ele sofreu com alegria por seus irmãos, pois os pais com razão sofrem com alegria por os seus filhos! - 2Co 12:14-15.
a.       Os filhos são orgulho e alegria dos pais, e os pais de bom grado se sacrificam por eles!
b.      Assim Paulo via seus irmãos - 1Ts 2:19-20; Fp 4:1.

D.   Podemos imitar Paulo neste quesito?

1.       Não só compartilhar as aflições de Cristo, mas estamos dispostos a sofrer de bom grado por nossos irmãos?
2.       Consideramos nossos irmãos como fonte de alegria e orgulho?
3.       Estamos dispostos a gastar tempo, energia, mesmo “sangue, suor e lágrimas” para servi-los alegremente? - Cf. 1Jo 3:16.
4.       Podemos realmente dizer sim se nós...
a.       Não fazemos nenhum esforço para nos juntar a eles todas as vezes que isso é possível?
b.      Não tentamos incentivá-los quando estão fracos na fé, ou adverti-los quando se desviam da Palavra de Deus?
c.       Não estamos dispostos a amá-los, suportá-los com paciência, perdoá-los, mesmo quando nos ofendem e pecam contra nós?
Deixe o exemplo de Paulo ser o seu modelo, pois, na realidade, ele estava simplesmente seguindo o exemplo de Cristo (cf. 2Co 8:9).
Em seguida, notamos que...

II.           Paulo considerava-se servo e ministro.

A.    Sua visão de si mesmo é uma visão humilde...

1.       A palavra ministro é diakonos, e significa: “aquele que executa as ordens de outro, especialmente de um mestre; um servo, assistente, ministro”.
2.       É exatamente assim que Paulo via a si mesmo e os demais pregadores - 1Co 3:5-7.
3.       Como é diferente o ponto de vista de alguns hoje que só pensam em se servir dos irmãos!
4.       Em particular, Paulo se considerava servo...
a.       Da igreja - Cl 1:24-25;
b.      De Jesus Cristo - Fp 1:1;
c.       Do evangelho - Ef 3:6-7.

B.    Como servo, ele se considerava um mordomo.

1.       Ele havia recebido uma mordomia de Deus.
a.       A palavra usada é oikonomía.
b.       Ela faz referência à “gestão familiar ou de assuntos domésticos, especificamente a gestão, supervisão e administração da propriedade de outro”.
2.       A ele tinha sido confiado o evangelho de Cristo!
a.       Que é chamado nesta passagem de mistério, porque estava escondido desde tempos antigos.
b.      Mas agora foi revelado aos seus santos (Cl 1.26), na verdade a todas as nações (Rm 16: 25-26)!
c.       O que é este mistério? Parafraseando Paulo: “É Cristo em vós (os gentios), a esperança da glória” - Cl 1:27.
3.       Paulo considerou seu dever como ministro compartilhar fielmente o evangelho às nações - cf. Ef 3:8-9; 1Co 4:2.

C.    Como somos?

1.       Somos servos? Deveríamos! - Cf. Mc 10:42-45.
2.       Será que servimos uns aos outros? Deveríamos! - Gl 5:13.
3.       Nos consideramos ministros do evangelho...
a.       Que nos foi confiado com as riquezas de Cristo?
b.      Que, para sermos fiéis, devemos compartilhá-lo com outras pessoas?
Ou nos vemos dessa forma, como Deus deseja, ou seremos julgados pela maneira como temos servido como mordomos (cf. Mt 25:14-30).
No terceiro e último ponto de nosso texto podemos apreender que...

III.         Paulo tinha um objetivo principal na vida.

A.   Apresentar todo homem perfeito em Cristo!

1.      Ele não pregava apenas para fazer prosélitos.
2.      Ele queria fazer discípulos maduros, que se tornassem perfeitos em Cristo.

B.   Para atingir seu objetivo, ele usou todos os meios apropriados...

1.      Ele pregava Jesus Cristo!
a.      Ele proclamava a boa notícia de Jesus Cristo.
b.      Sua vida, Seus ensinamentos, Sua morte, Sua ressurreição.
         - Só assim, apresentando Cristo ao homem, pode um pregador esperar apresentar o homem a Cristo - cf. 2Co 3:18.
2.      Ele alertava, quando necessário!
a.      Sua pregação era tanto positiva (abençoadora) quanto negativa (condenadora)! - (Eby, 2001) p. 161.
b.      Sim, há lugar para pregação negativa na Igreja:
1)      Cf. Os Dez Mandamentos; que servem para repreensão e correção como mencionado em 2Tm 3:16.
2)      Pregação negativa serve como trilhos no caminho estreito e apertado para a vida eterna!
c.       É claro que deve ser adequadamente equilibrada com a pregação positiva.
1)      Caso contrário, as pessoas pulam fora dos trilhos e não avançam em suas jornadas.
2)      A pregação positiva motiva a avançar no caminho certo!
3.       Ele ensinava, bem como pregava!
a.       Ele não se limitava ao grande público.
b.      Ele ensinava particularmente - At 20:20.
c.       Para apresentar todo homem “perfeito em Cristo Jesus”, muitas vezes há a necessidade de instrução pessoal que não se dá nas reuniões públicas da igreja.
d.      Claro, a sabedoria ajuda a determinar quando fazê-lo - Cl 1:28.
4.       Ele gasta esforço e emoção!
a.       Ele trabalhava com este objetivo.
b.      Ele agonizava ao fazê-lo (a palavra grega é agonizomai, esforçar-se com zelo extenuante).
5.       Paulo dependia de Deus em seu trabalho!
a.       Ele percebeu que sem Deus não era nada, e não podia fazer nada valioso ou durador - 1Co 15:10.
b.      Assim, ele sempre orava a Deus buscando ajuda para a realização de seu objetivo - 2Ts 3:1; Cl 4:3-4.

Conclusão.

1.       Ao concluir esta reflexão, mais uma vez procuro fazê-lo com algumas perguntas:
a.       Será que somos imitadores de Paulo?
b.      Estamos preocupados se nossos irmãos estão sendo apresentados a Deus perfeitos em Cristo?
c.       Estamos dispostos a gastar o esforço e a emoção necessários para chegar a este fim?
2.       Se vamos...
a.       Nos ver como Paulo via a si mesmo, como servos e ministros de Cristo.
b.      Considerar o nosso sofrimento pelos irmãos um grande privilégio e uma fonte de alegria.
   ...então, estou convencido de que teremos prazer em nos dedicar à mesma meta de Paulo!
3.       Vamos pensar sobre essas coisas e considerar o que podemos fazer para “apresentar todo homem perfeito em Cristo Jesus”!
Para aqueles que ainda não foram obedientes ao evangelho de Cristo, a perfeição em Cristo começa com o primeiro passo de fé... Creia!

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