Gl 4:1-7.

Introdução.

1.       Em sua epístola às igrejas da Galácia, Paulo...
a.       Opõe-se àqueles que ensinam que os gentios deveriam ser circuncidados e guardar a Lei de Moisés.
b.      Apresenta uma série de cinco argumentos sustentando que somos justificados pela fé em Cristo.
2.       Vimos Paulo apresentar três desses argumentos até agora...
a.       O argumento pessoal - Gl 3:1-5:
1)      Como eles receberam o Espírito.
2)      De quem eles receberam o Espírito.
b.      O argumento bíblico - Gl 3:6-25:
1)      O exemplo de Abraão.
2)      A maldição da Lei.
3)      A prioridade da Promessa sobre a Lei.
4)      O efeito da Lei.
c.       O argumento prático - Gl 3:26-29:
1)      Em Cristo, eles são um, como filhos de Deus, a descendência de Abraão.
2)      Como tal, são herdeiros da promessa a respeito do descendente.
3.       À medida que começamos o quarto capítulo, Paulo continua com o seu argumento prático afirmando que...
a.       Nos termos da Lei eles eram simplesmente “herdeiros aparentes”.
b.      Em Cristo Jesus, eles se tornaram “herdeiros reais”.
Para que pudéssemos apreciar nossas bênçãos em Cristo, especialmente o penhor da nossa herança, vamos examinar a explicação de Paulo de como eles foram “De aparentes herdeiros a herdeiros reais”.

I.                  Debaixo da Lei como herdeiros aparentes.

A.   Eles não eram diferentes dos escravos...

1.       Eles ainda eram crianças - Gl 4:1-2.
a.      A palavra usada para criança ou “menor” (nepios), embora na terminologia jurídica pudesse denotar um menor de idade (que segundo a lei romana era qualquer pessoa com menos de vinte e cinco anos de idade), provavelmente vise aqui distingui-lo de um adulto. De qualquer maneira representa uma pessoa que precisa ficar sob a proteção de outrem.  (Guthrie, 2011, p. 138).
b.      Ainda que herdeiros, não eram diferentes de escravos quanto a herança.
c.       Senhores, mas ainda sob tutores e curadores.
2.       Eles estavam em servidão debaixo dos rudimentos do mundo - Gl 4:3.
a.       A palavra traduzida por “rudimentos” (stoicheion), significa propriamente “os elementos, rudimentos, princípios fundamentais e primários de uma arte, ciência ou disciplina (Strong, 2002). Em seguida, indica os primeiros ensinamentos ou as primeiras lições (Hb 5:12; 6:1). (Kaschel & Zimmer, 1999).
b.      Aqui, o contexto parece exigir que se tome necessariamente no sentido de conhecimento elementar e rudimentar. Desta maneira Paulo diz que quando os Gálatas — e na realidade todos os homens — eram meros meninos impotentes, estavam sob a guarda da lei.

B.   Eles estavam sob guarda...

1.       Eles foram mantidos sob a tutela da Lei - cf. Gl 3:23.
2.       A Lei havia sido seu tutor, professor (paidagogos) - cf. Gl 3:24.
a.       “Tutor, um guardião e guia de meninos. Entre os gregos e os romanos, o nome era aplicado a escravos dignos de confiança que eram encarregados de supervisionar a vida e a moralidade dos meninos pertencentes à elite. Aos meninos não era nem mesmo permitido sair de casa sem a sua companhia até que alcançassem a idade viril” (Strong, 2002).
b.      Paidagogos, oriunda de pais (G3816), uma criança ou infante, e agogôs (G71), um guia, que está conduzindo pela mão, significa um instrutor ou professor de crianças, um pedagogo (1Co 4:15; Gl 3:24-25). No início se referia ao escravo que conduzia os garotos de casa para a escola, depois se tornou um professor ou educador.
Tal era a condição daqueles que estão sob a Lei de Moisés. Mas agora, em Cristo as coisas são dramaticamente diferentes...

II.               Em Jesus Cristo como herdeiros reais.

A.   Eles agora são filhos...

1.       Não estão mais sob um tutor.
a.       A Lei havia servido bem ao seu propósito de tutor - cf. Gl 3:23-24a.
b.      Mas agora foram chamados a ser “justificados pela fé” - cf. Gl 3:24b-25.
2.       Eles agora são filhos de Deus.
a.       Pela fé em Cristo Jesus - cf. Gl 3:26.
b.      Pois, batizados em Cristo vos revestistes de Cristo - cf. Gl 3:27.
c.       Eles foram “nascidos de novo” - cf. Jo 3:5.

B.   Eles receberam a adoção de filhos...

1.       Eles foram redimidos - Gl 4:4-5
a.       Até que o Filho fosse enviado pelo Pai.
1)      Quando viesse a plenitude do tempo (quando as condições fossem ideais).
2)      Nascido de uma mulher (Maria), nascido sob a Lei (de Moisés).
b.      Para o propósito de:
1)      Resgatar aqueles sob a Lei (judeus).
2)      Receber a adoção de filhos (judeus e gentios).
2.      Eles receberam o Espírito Santo no coração - Gl 4:6.
a.       Por meio de quem clamam “Abba, Pai!” - Cf. Rm 8:15.
b.      Que traz o testemunho junto ao seu espírito que são filhos e herdeiros de Deus, coerdeiros com Cristo - cf. Rm 8:16-17.
c.       Que derrama o amor de Deus no coração deles - cf. Rm 5:5.
d.      Como explicado por outros:
1)      Deus enviou o Espírito não como enviou a lei, gravada em tábuas de pedra, fora de nós; mas enviou-o ao nosso coração, para termos uma experiência profunda e real de transformação espiritual (Lopes, 2011, p. 174).
2)      “O que o apóstolo quer ensinar não é o que eles mesmos, no juízo carnal, loucamente aventuram, mas o que Deus confirma em seus corações pelo Espírito Santo”. (Calvino, Gálatas, 1998, p. 125)
3)      Observe a referência à Trindade: primeiro, Deus enviou o seu Filho ao mundo; segundo, ele enviou o seu Espírito aos nossos corações; e, entrando em nossos corações, o Espírito imediatamente começou a clamar: ‘Aba, Pai!’ ou, como diz a passagem paralela de Romanos 8:15,16, quando ‘clamamos: Aba, Pai!’ é ‘o próprio Espírito (que) testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus” (Stott, 2000).
3.       Eles são herdeiros de Deus por meio de Cristo - Gl 4:7; cf. Rm 8:16-17.
a.       Recebem o Espírito como garantia (arrabon) - cf. Ef 1:13-14; 2Co 1:22; 5:5.
1)      “Dinheiro que em compras é dado como um penhor ou pagamento inicial como garantia de que a soma total virá mais tarde” (Strong, 2002).
2)      O penhor, algo que representa uma parte do preço e pago com antecedência para confirmar a transação. Usado no NT apenas em sentido figurado e falado do Espírito Santo, que Deus deu aos crentes na vida presente para assegurar-lhes do seu futuro e da herança eterna.
b.      Temos o Espírito, mas somente as primícias - cf. Rm 8:23.
1)      Aguardamos a redenção do corpo (a ressurreição) ainda por vir - cf. Ef 4:30.
2)      Até a redenção da possessão de Deus - cf. Ef 1:14.
3)      Quando vamos receber a herança final: “Deus conosco” - Ap 21:1-7.

Conclusão.

1.       Buscar a justificação pelas obras da Lei é voltar a ser “herdeiros aparentes”...
a.       No qual somos apenas crianças com um tutor.
b.      Que ainda estão debaixo de elementos básicos da religião.
2.       Ser justificado por uma fé obediente em Cristo é tornar-se “herdeiros reais”...
a.       Que começou a receber a herança como filho de Deus.
b.      No qual o primeiro fruto, o Espírito de Deus, é uma garantia do que está por vir.
3.       Será que estamos usufruindo da bênção do Espírito em nossa vida?
a.       Prometida àqueles que creem? - Jo 7:37-39.
b.      Dado àqueles que se tornam filhos de Deus? - Gl 4:6.
c.       Cuja habitação deve gerar uma forte afeição por Deus como nosso Pai? - Gl 4:6; Rm 5:5.
Paulo terá muito mais a dizer sobre o Espírito na vida do cristão em sua epístola aos Gálatas (cf. Gl 5:5,16-25; 6:8). Por agora, vamos relembrar como receber o Espírito... - cf. At 2:38-39.

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